segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Perdas necessárias



"Deixa partir
O que não te pertence mais
Deixa seguir o que não poderá voltar
Deixa morrer o que a vida já despediu
Abra a porta do quarto e a janela
Que o possível da vida te espera
Vem depressa que a vida precisa continuar
O que foi já não serve é passado
E o futuro ainda está do outro lado
E o presente é o presente que o tempo quer te entregar"
(Pe. Fábio de Melo)

A difícil tarefa de suportar as esperas na dor das ausências...
(Manuella Moura)


quinta-feira, 27 de setembro de 2012



"O caminho do amor não é um argumento sutil,
a porta pra ele é a devastação." (Rumi)


Minha alma é mesmo crepuscular!!
(Manuella Moura)


Minha brutal ignorância permitia achar que orgulho e amor próprio eram sinônimos. Precisei perder algumas coisas pra descobri suas diferenças. Uma verdadeira lástima! Não a descoberta, mas as perdas.
(Manuella Moura)


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ando melancólica ultimamente, esperando surpresas, sinais. O bucolismo do entardecer parece-me familiar, não encontro o que procuro e sinto uma vontade, quase incontrolável, de me pôr com ele, minha outra metade: o sol.
(Manuella Moura)



"Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira..."

(Cazuza)

Saudade do tempo em que vivia indiferente as artimanhas do amor.
(Manuella Moura)


O amor não sobrevive de palavras...





"Um dia te falei sobre a possibilidade, até então remota, do nosso amor acabar, você me jurou de pé junto que isso nunca aconteceria, até riu da minha preocupação desnecessária e sem fundamentos, olhou fundo nos meus olhos e conseguiu penetrar minh'alma fazendo-me entender que o nosso amor sobreviveria sempre, independente de estarmos juntos ou não. Estamos separados, o amor ainda vive, mas só em uma das partes, então entendi o que você queria dizer!" (Manuella Moura)


"Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momentos"
(Palavras ao vento - Cássia Eller)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sobra tanta falta



"Falta tanta coisa na minha janela como uma praia
 Falta tanta coisa na memória como o rosto dela
 Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana
 Sobra tanta falta de paciência que me desespero
 Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo
 Sobram tantos medos que nem me protejo mais
 Sobra tanto espaço dentro do abraço
 Falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo
                      ...
 Vai saber quem souber me salve"
 (O Teatro Mágico)


Esta folha seca continua voando, fazendo barulho quando arremessada contra parede. Talvez ela encontre repouso após o inverno, talvez ela se reparta em mil antes de, enfim, chegar ao chão. (Manuella Moura)
"O argumento ficou sem assunto." (Roberta Sá)




Na tentativa de querer ser melhor 
acabei não sendo eu.
(Manuella Moura)

Te odeio



Te odeio por ter sido sempre sincero, por tua intensidade avassaladora, pela química brutal e beijo provocante. Te odeio por ter enchido meu mundo de cor e sabor, por ter transbordado minha vida de amor, de paixão e de dor. Te odeio por ter demonstrado seus sentimentos de maneira tão clara, explicita e incessante, sem vergonha ou reservas. Te odeio por ter aparecido em meu caminho na tarde daquele sábado e nunca mais tenha saído dele. Te odeio por seu ciúmes, suas brigas e por odiar aquele meu tubinho preto. Te odeio por todas as lições que me ensinou e por abrir meus olhos pra tantas coisas. Te odeio pelo incentivo e por sempre acreditar em minhas capacidades. Te odeio por não ter desistido de mim, te odeio por ter sufocado meus dias com inúmeras ligações e mensagens, pelos infinitos (e agora finitos) "eu te amo", "você é a mulher da minha vida", não vivo sem você". Te odeio por ser tão interessante, inteligente, por seu caráter e simpatia singular. Te odeio por ter ocupado meu tempo com suas neuroses (as quais amava resolver, ou tentar resolver), por ter enchido minha cabeça com tuas besteiras, e por ter me acordado no meio da noite pra contar um pesadelo. Te odeio por ter sido meu porto-seguro, por ter me carregado no colo quando já não conseguia mais caminhar e por nunca ter dito não aos meus caprichos. Te odeio por ter sido tão dependente de mim, das minhas opiniões, dos meus gostos, da minha voz e dos meus sentimentos. Te odeio porque seu sorriso não sai das minhas memórias. Te odeio porque nunca consigo ter raiva de você mais de uma semana. Te odeio porque já não consigo mais ouvir certas músicas, nem comer certas coisas ou ir em certos lugares sem pensar em você, em como você ficaria feliz ali. Te odeio por ter me feito acreditar no amor, por seus elogios, por me fazer sentir amada, desejada, exaltada, melhor e maior que qualquer uma outra. Te odeio por ter me abandonado, por ter me ferido e magoado. Te odeio por nunca ter me dado a receita certa pra te esquecer. Te odeio porque já não pensa em mim, te odeio porque beija outra boca, te odeio porque o seu "pra sempre" acabou acabando comigo. Te odeio por sua indiferença, o seu tanto faz, por já não ouvir ou sentir os teus sinais. Te odeio e odeio te odiar porque o ódio é a forma mais estranha que se tem de amar.
(Manuella Moura)


"Só me arrependo de não ter te tirado mais sorrisos." 
(Antigo Rockeiro-tumblr)
 
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pode ser...

"É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar
Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
nos mares por onde andei
devagar 
dedicou-se mais o acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?"
(Dois Barcos - Los Hermanos)


O engraçado é que apesar da nossa natureza efêmera não estamos acostumados a passar, a histórias ou momentos curtos, queremos extensões, perpetuações. Refleti sobre isso a pouco, quando comprei um livro e só depois descobri que era todo feito de crônicas (pequenas narrações e pensamentos do autor) o que me irritou bastante. Deve ser por isso que sofremos tanto com as perdas, desejamos eternizar nas pessoas e no mundo mas não eternizamos, queremos sempre ser mais que algumas linhas, queremos ser o livro inteiro.
Uma boa lição nesta véspera de primavera: sejamos como as flores, passageiras e felizes!
(Manuella Moura)



A Louca

Sua face sem maquiagem espantou-me profundamente, (como todos os outros índices de loucura que presenciei nela nos últimos meses) não por feiura, Gesebel sempre foi possuída de beleza inigualável, mas porque ela era o tipo de mulher que não abria a janela de casa pra dar bom dia ao sol sem pelo menos um rímel. Vestia uma camisola da clínica, verde e branca, feia, num estado normal nuca permitiria que colocassem aquilo nela, o bom gosto era uma de suas virtudes, tinha umas figuras de circo nas mãos as quais não parava de olhar, balançava o pé direito repetidamente e nem se quer percebeu minha chegada. Aproximei-me da cama e disse: 

- Gesebel, não me reconhece? 

- Não lembra nem da mãe! respondeu a enfermeira. E continuou – Só se lembra de um certo palhaço daquele circo vagabundo que esteve aqui na cidade, foi a ultima pessoa que viu antes de perder o juízo. Vem visitá-la os finais de semana, largou o circo e faz bico de animador de festa infantil, as vezes vem fantasiado de Batman ou de Homem Aranha...traz umas flores baratas e faz umas graças como alguns palhaços inúteis. 

Saí da clinica arrasada por vê-la naquele estado, tive medo do futuro, do que poderia ainda acontecer a Gesebel que sempre foi um tanto “desajuizada”, porém nunca sofrera de insanidade tão preocupante. Pensava que a mente da gente era coisa fraca, mas cheguei a conclusão que o coração é mais ainda e que o mesmo amor que cura, por vezes, adoece!



quinta-feira, 12 de julho de 2012



"Nunca nos detemos no momento presente. Antecipamos o futuro que nos tarda, como para lhe apressar o curso; ou evocamos o passado que nos foge, como para o deter: tão imprudentes, que andamos errando nos tempos que não são nossos, e não pensamos no único que nos pertence; e tão vãos, que pensamos naqueles que não são nada, e deixamos escapar sem reflexão o único que subsiste. É que o presente, em geral, fere-nos. Escondemo-lo à nossa vista porque nos aflige; e se nos é agradável, lamentamos vê-lo fugir. Tentamos segurá-lo pelo futuro, e pensamos em dispor as coisas que não estão na nossa mão, para um tempo a que não temos garantia alguma de chegar.
Examine cada um os seus pensamentos, e há-de encontrá-los todos ocupados no passado ou no futuro. Quase não pensamos no presente; e, se pensamos, é apenas para à luz dele dispormos o futuro. Nunca o presente é o nosso fim: o passado e o presente são meios, o fim é o futuro. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos."

Blaise Pascal, in "Pensamentos"

terça-feira, 15 de maio de 2012

Barquinho



Fiquei, você disse para eu ficar! Estagnei, atraquei não muito longe da nossa ilha (se é que posso chamar algo de nosso ainda), olhei diversas vezes pra trás na esperança de te ver fazendo algum gesto, pedindo que eu voltasse. Enfrentei tempestades, pensei que fosse naufragar, tive medo, estava só, lembrei de quando você sorrindo dizia que nunca largaria minha mão, as ondas eram altas e geladas, nem parecia verão. Experimentei o gosto amargo e intragável da solidão, foi inevitável não lembrar das tantas vezes que sentados na praia, com as ondas batendo de leve nos nossos pés, água quente, areia fofa, coqueiros balançando como que embalados por uma canção gostosa e um sutil cheiro de amor no ar, você tocava meu rosto ao tempo em que fazia promessas de amor eterno e eu sinceramente não sabia o que era o eterno até conhecer você. Depois de alguns dias as tempestades vieram a cessar, agora uma chuva fininha parece me acompanhar, já não me assusto tanto pois estou em terra firme outra vez, apesar de não esquecer as delícias que deixei ao sair daquela ilha, nem muito menos os dolorosos dias que passei em alto-mar abandonada, vejo ao longe um barquinho, parece-me cada dia mais perto e vem em direção a este porto, ele é azul e branco, talvez traga boas novas.



"Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim"
(Chico Buarque)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ainda

Alguma coisa aqui em mim tem o seu jeito ainda, o seu cheiro me pega desprevenida as vezes. Olho pela janela mas não vejo ninguém. Eternizará em mim? Não sei, talvez seja cedo para responder a essa pergunta, sei lá, talvez seja cedo pra tentar te esquecer.



"Ainda tem o seu perfume
Pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara?
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite veloz..."
(Adriana Calcanhotto)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Depois

Marisa Monte

Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"To juntando meus pedaços, mais o que eu puder levar
To rompendo alguns laços
Não me espere no jantar."
(Pitty)


sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Naquela ocasião, porém, deu-me uma vontade de beber, de me embriagar, estava cansado de sentir, queria um narcótico que fizesse descansar os nervos tendidos pelos constantes abalos daqueles últimos dias."

(Recordações do escrivão Isaías Caminha-Lima Barreto)

Migalhas

Não podendo me dar tudo, por favor, não me dê nada. Minha natureza não suporta migalhas.
(Manuella Moura)


quinta-feira, 12 de abril de 2012

O que eu também não entendo


"Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também ..."  ♪ ♪
(Jota Quest)


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Desapego



Não sou a pessoa mais estável que você conheceu, nunca prometi chão firme e teto seguro o tempo todo, costumo não me demorar muito nas coisas, meu olhar não fica por muito tempo preso a uma flor, gosto mesmo da variedade, das inúmeras cores e dos seus infinitos significados, defeito? Não sei, não cheguei bem a uma análise do caso, demoraria tempo demais em um mesmo assunto, talvez seja melhor caminhar, desapegar mesmo, desprender-se do que não vale e até mesmo do que vale a pena. Chega uma hora que até o doce precisa ser largado, aliás, os doces enjoam não é verdade?!

"Re"começar ...

As possibilidades me encantam, principalmente as que envolvem mudanças, quão saboroso tem o novo, o papel em branco, as esperaras, os improváveis, os incertos “certos” que o mundo coloca nas janelas, os recomeços e belezas que as expectativas trazem, as fases perfeitas e cronológicas que a lua obedece: começar e findar quando não é possível continuar, quando já não pode refletir em alguma parte do seu “corpo” a luz solar. “Re”começar é mesmo uma dádiva, os afixos tem esse poder de mudança, nem sempre positiva, mas fundamental, necessária para o pleno tecer que a vida exige. Nós e nosso livre arbítrio, nossa capacidade de substituir, de transformar, de descobrir novos encantamentos e encantar novos lugares, novas pessoas, arte de fato perfeita, inconstante, mas perfeita! 

“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.” 

(Chico Buarque)



Amar !



Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui…além…
Mais este e aquele, o outro e toda a gente….
Amar!Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!…
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…

(Florbela Espanca)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Carta

Lembre-se de mim de vez em quando Zé, de nós, do nosso tempo dengoso em que qualquer olhar virava poesia. Nada demais, só um pouco daquelas lembranças gostosas que amamos ter quando chega o fim de tarde, aquelas que não nos fazem chorar ou se arrepender, nem muito menos o coração descompassar, no máximo prendemos um pouco ar e soltamos devagar. Saudade mesmo, manhosa e tranquila, dor mansinha a nos invadir, que faz parar o olhar e brotar um delicado sorriso dos lábios, como um saudosismo, só isso! Sinto muito sua falta querido Zé, mas até tô me virando bem com a saudade ...



"Eu, você, nós dois 
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado
Aquela flor
E outras mumunhas mais."

(Saudosismo - Caetano Veloso)



O outro dia

"Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou."
(Chico Buarque)

Não estava disposta a acordar naquele dia, na verdade eu queria dormir por muitos e muitos dias, queria ficar no quarto sem ouvir ninguém, sem sentir seus olhares de piedade e aqueles conselhos enfadonhos e caridosos: "isso passa", "não sofra desse jeito", "daqui a pouco você conhece um outro alguém". Nao teve jeito, tive que levantar. Sentei-me na cama, meu corpo estava moído (não tanto quanto meu coração), calcei os chinelos que ele as vezes por brincadeira pegava emprestado, riamos mutio, aliás nós riamos de tudo, nossa companhia nos bastava e completava, olhei aqueles chinelos, tive vontade de arremessa-los pela janela, não fiz. Levantei a cabeça e avistei o quarto vazio, sem vida, sem cor, sem o cheiro dele, gelei. Abri a porta e percebi alguém na cozinha, encostei no balcão, preferi não sentar, queria que todos vissem que eu estava forte, coloquei o café, segurei a xícara alguns instantes no ar, tomei um gole, nunca tinha experimentado algo tão amargo, pensando bem, não era de se estranhar, os ultimos acontecimentos foram todos amargos, mais até que aquele café. Não comi nada, o estômago estava embrulhado, sentei na varanda, o vizinho ouvia Saudade de Maria Bethânia, deitei e senti uma dor desesperada na alma, o coração caqueou.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Zé, ao longo deste blog postei alguns textos/poesias que você fez pra mim, pena não saber onde estão todos agora, queria que soubesse que é a eles que me agarro quando respiro essa amarga liberdade que você me deixou. Acho mesmo que fiz isso (publicá-los) porque queria que no fundo algo ficasse gravado, que eles, ou melhor, que nós não nos perdêssemos na estrada, queria ter aquelas suas palavras amáveis e encantadoras já não mais ao alcance dos ouvidos, mas dos olhos e do coração. Fiz também diversos textos pra você, a maioria postei aqui, talvez você tenha visto ou não, o fato é que hoje achei um lindo e singelo que produzi, mas nunca te enviei, eu acho, você sabe como minha memória é falha as vezes, ontem ao ler senti meu corpo estremecer, o coração disparar, é estranho eu sei, mas senti tudo que estava escrito nele com a mesma emoção da época em que o escrevi, foi incrível, impactante e doloroso também!

“Sinto como que se já fizesse parte de sua vida há tempos, é como se eu conhecesse seu corpo, suas vontades de um jeito diferente, como se ninguém te conhecesse como eu te conheço, um jeito antigo e profundo. E vou te querendo e te conhecendo mais e mais, cada segundo um pouco mais, você não me enjoa, é simplesmente o meu sabor preferido, aquele gosto que me vem a boca quando penso em algo bom.
Hoje mesmo senti seu gosto, fiquei parada de olhos fechados para que nada me atrapalhasse , que perfeição, me entreguei as suas delícias!”

(Manuella Moura)

A vida




"Mas como a vida é,

Afasta o que amamos sem motivo,

Diz aos profanos explicações comuns,

Mas a mim, sorriso fruto de você,

Reserva a solidão destes momentos,

Para que eu possa refletir e aprender

Que uma vida feliz não há sem tristeza anteceder."

(Junior de Oliveira)

Que belo par comigo



"Entrou como uma diva desfilando sua beleza. 
Ponto! Ponto pra ela. Encantadora como rosas 
de um bonito buquê. Bom, meus olhos me 
chamam pra ver, eles já são controlados 
pela estonteante maneira. 
Nós temos de estar juntos, esse é teu palácio, 
e eu, insisto: “deixa ser teu servo”. 
Meu coração, pulsa, pula, diz, deseja, enseja, 
corteja, bate, peleja: você. 
Mulher de meus jeitos, tornaria todos eles um 
para evitar meus defeitos e te contentar. 
Esse é o tal amor, sincronizado contigo, 
ímpar contigo, e como diria um velho convencido: 
” que belo par comigo”. "

(Junior de Oliveira)

Ela: Manuella

Dá-me este prazer. De contar. Uma pequena história. De soluções. De encontros. Sei que você sabe. Sei que você participa. Mas, permita-me:
Você manda em meus sonhos. Manda em mim, em meu coração, em tudo, antes meu, hoje teu. Amor, eu não sei o que seria não ouvir tua voz, não tocar tua pele, não sei o que seria de mim sem as certezas que me proporciona.
É como um olhar mágico sobre as inutilidades, como um sopro purificando o ar, como um sol que está sempre a brilhar. Bem, o tempo está passando, nós estamos crescendo, nosso futuro se ampliando. Teu espírito diz para mim sobre nossos diversos encontros.
Bem, nasci por você ontem, vivo por você hoje, morrerei por você seja quando for. Sempre há um bom recomeço, um começo natural, anormal. Com você foi assim. Nos encontramos, nos reconhecemos, eu já era seu, desde sempre, sem falhar. Olhei em teus olhos, eles me convidaram por uma timidez reciproca ao meu coração, teu coração par. Nós, um só. Só por amor. Amor em sincronismo. Sincronismo de almas. Almas do sempre. Sempre por você. Você sem definição. Meu coração, rima simples - composta - forte - Ela: Manuella.

(Júnior de Oliveira)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A dor que eu não sei chorar



Quando chega o fim da tarde doi mais, os fins são todos iguais, tanto os da tarde quanto os de qualquer outra coisa. A luz, a cor, o tom se vai, o sol se esforça, reluta, não quer ir, mas precisa completar o ciclo a que foi predestinado. A medida que as horas vão passando a dor aumenta gradativamente, a lua chega esplendorosa, nós dando o grande exemplo da solidão conformada, apesar de rodeada de infinitas estrelas permanece só, intacta, sem chorar as amarguras que uma noite pode trazer. Caminho triste alguns minutos até chegar ao portão de casa, tenho a sensação de demorar horas até chegar ao quarto. Deito na cama. Abafo o grito com o travesseiro, derramo uma ou duas lágrimas, não consigo chorar toda a dor que sinto. O choro preso sufoca-me. Adormeço.


"Não passou
De um triste desencanto, amor,
E desde então eu canto a dor
Que eu não soube chorar"
(Chico Buarque)

terça-feira, 27 de março de 2012

Sua lembrança fez-me companhia hoje pela manhã, em meio a um amontoado de afazeres lembrei-me de suas doçuras, do seu sorriso moleque, do gozo que tivemos durante esses meses. Esteve sempre em minha vida de forma leve, fresca, da hora, como um chuva eu diria, sem muito estardalhaço, trovões ou devastação e também sem ser ameno, sem vida como as chuvas finas e frias do inverno, aquelas que nos chateiam por vezes. Você não, você tinha cor, tinha medida, semelhante as chuvas do verão que nos dão vontade de correr pra rua e se molhar, se jogar no balanço dos pingos, fechar os olhos e inclinar a cabeça  em direção ao céu recebendo as bençãos que Deus nos dá através do amor, as chuvas de verão sempre lembrarão você agora! Ainda estou encharcada, algumas gotas de chuva escorrem pelo rosto, não queria que secassem.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Esse silencio é o que nos mata, não sabemos o que dizer? Não, muito pelo contrário, sabemos tudo que queremos e devemos dizer e é por isso que nos silenciamos, silenciar é não querer machucar, é querer se enganar, é lutar contra a verdade que já está no coração, que já impregnou os olhos e que já faz parte do cotidiano. Essa noite será difícil, esperar segundo por segundo até você chegar, chegar com esse corpo que não é mais meu, com esse gestos que um dia fizeram tudo pra chamar minha atenção, com essas mãos que que me acariciaram durante o tempo em que esteve aqui de corpo, alma e coração. Nosso fim é inevitável, eu acho, mas nossas lembranças estarão longe de findar, pensar em você continuará fazendo parte das coisas mais gostosas que farei durante algum tempo ainda e o seu gosto demorará para ser pretérito mesmo tendo longos meses sem te ver.


"Não é fácil
Não pensar em você."
(Marisa Monte)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Outono



Que o Outono leve junto com as folhas secas que caíram das árvores tudo aquilo que já secou em minha vida e que eu aprenda que isso faz parte do sistema natural do universo ! 

(Manuella Moura)



terça-feira, 20 de março de 2012




"Por trás da palma da mão contra o peito, por trás do pano da camisa entre massas de carne entremeadas de músculos, nervos, gorduras, veias, ossos, o coração batia disparado. Você vai me abandonar – repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone – e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”

(Caio F. Abreu)

Tempo

De certo as partidas são assustadoras, nada de doce, belo e leve têm, entretanto nem sempre conseguimos evitá-las. As mudanças são necessárias, a larva precisa vivenciar a experiência de entrar no casulo para sair borboleta, as relações nos ensinam, nos amadurecem, nos proporcionam sensações e momentos jamais vividos, é tudo muito singular e quando acabam nós mostram o quanto somos HUMANOS, o quanto sentimos falta e sofremos. “Quem parte leva saudade de alguém” já dizia o poeta, partir não é tarefa fácil, é decisão de coragem é busca de felicidade é ter a sensibilidade de perceber que algo já não vai bem, que não dá mais pra tapar o sol com a peneira e que o barco furou em alto mar. Ficar também não tem nada de agradável, é viver com a saudade, é chorar as nostalgias da alma, é querer e não poder. Não existe nenhuma fórmula perfeita que ensine como partir ou como ficar, acredito no tempo que as coisas precisam pra poder curar-se, ninguém cura ninguém, ninguém preenche ninguém, completamo-nos por nós mesmos, o tempo cura, o tempo cala, o tempo mostra.
(Manuella Moura)




Temer o fim em demasia é negar a importância das transições.
(Manuella Moura)



domingo, 11 de março de 2012

Nostálgico Domingo

Um nostálgico domingo, quase ninguém passava na rua, sentei-me na varanda, fazia um trabalho manual, artesanal, desses que dizem acalmar a pessoa. Meditei sobre coisas, sobre o tempo, sobre como nos deixamos sufocar e do quanto sufocamos, de como nos deixamos esquecer e do quanto esquecemos, da falta de medida e exatidão que essa vida é tecida. O mensageiro dos ventos anunciava a brisa gritante e solitária de um fim de tarde domingueiro, o silêncio conseguia ser mais alto que a voz melancólica do meu cantor preferido cantando aquela música cheia de saudade e pensamentos soltos. O mensageiro tocava cada vez mais alto. A noite chegou sem estrelas desta vez.
(Manuella Moura)




Ô Zé, em pleno verão, aqui tá fazendo frio!
(Manuella Moura)



Vez em quanto 
até os bem resolvidos emocionalmente 
precisam de um olhar carinhoso.
(Manuella Moura)



sábado, 10 de março de 2012

As vezes até o silêncio grita, sabia?
(Manuella Moura)



Ausências



Acordo no meio da noite, tenho cá minhas dúvidas sobre certas coisas. Sinto-me fraca, desprotegida, insaciada. Sou tão bem resolvida em relação a ausências, carências, amigos e amores... ou pelo menos acho que sou. Difícil de acreditar né?  Devo concordar!

“Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta.
Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal, de algum lugar improvável.
Bali, Madagascar, Sumatra.
Escreverá: penso em você.
Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse.
Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo.
Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.”


(Caio F. Abreu)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Só saudade ...



Saudade do aconchego do seu abraço, dos nossos braços esmagados nunca cansados de apertar, afagar, amar. Saudade do seu toque suave, do seu corpo quente, do seu jeito provocante de me fazer delirar. Saudade de dividir essa cama pequena, dos nossos planos deitados nela e de tudo de bom que ainda ela nos ensinou. Saudade de ter você pertinho, pertinho, sempre ao alcance das mãos. Saudade das nossas discussões sobre política, religião e linguística sempre procurando soluções para o futuro do país. Saudade do seu sorriso maroto rindo das besteiras que falo e das atitudes infantis que tenho. Saudade do seu andar apressado se esbarrando nos objetos, saudade dessa cabeça confusa que tantas vezes me fez pensar, será? Saudade do seu ombro amigo, do meu porto seguro que é você que é te ter. Saudade de assistir meus programas preferidos na TV ao seu lado, das nossas "lutinhas" nos intervalos dos mesmos e da presença amiga sempre disposta a me amar. Saudade de cozinhar pra você, de ouvir seus elogios mesmo quando algo não satisfaz o seu paladar. Saudade do doce janeiro, que minha inteira ocupação foi te amar, amar, amar. Saudade de você meu amor, espero que os bons ventos tragam seu cheiro de volta, ao tempo que fico sentada aqui na varanda acalentando a saudade que não quer saber de findar.


"Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo

Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo"

(N - Nando Reis)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu gosto ...



Eu gosto da sensibilidade e da caridade de gente que tem alma e da alma de gente que tem Deus. Eu gosto da simplicidade e da naturalidade dos que tem sonhos e dos sonhos dos que tem coração. Eu gosto dos pecadores, e das buscas de gente comum, e dos incertos que querem acertar. Eu gosto da beleza, e da leveza de espírito e dos espíritos que são belos e leves porque tem luz. Eu gosto da vida cotidiana e prazerosa e dos dias infinitos e levianos e das possibilidades que cada segundo trás !
Apenas venho te pedir meu Deus: Brilho, Força e Proteção !





A música

Sem fugir do tom, sem erras as notas, harmonicamente letra e melodia fazem sentido. Seu dedilhar de maneira definitiva desvenda a música que há em mim !



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Onça e a Bruxa

Desvendando mistérios, compartilhando loucuras, não nos satisfazemos com pouco, pouco? Esta palavra não cabe no nosso vocabulário, gostamos de muito, de excessos, mas não dos excessos cotidianos, da mesquinhez que há nessa cidade, dos que se apegam por nada, nós não, nós queremos além do provável, não temos medo de quebrar a cara, não temos medo do amanhã, eu e ela, aquele encaixe perfeito, aquele acústico gostoso, aquele sopro fresco onde só há sol escaldante. A bruxa e a onça, duas facetas gostosas, uma completando a outra, vivemos intensamente tudo, desde um pôr do sol a um romance de tirar o fôlego, se bem que os dois citados acabam tirando nosso fôlego igualmente, nada é o bastante e tudo é provisório, fica dica ! Consumistas de plantão, comprar é nosso passatempo, é aquilo que fazemos quando estamos tristes, quando estamos alegres, quando brigamos com o namorado, quando temos ou não dinheiro, e nos divertimos tanto, e brincamos tanto, e nos fazemos tão feliz! Não pensamos no amanhã, vivemos o hoje, o agora, o instante, se tenho como certo uma taça de vinho na mão e um pote de azeitonas pra quê pensar tanto no incerto? Gastamos nossas energias com o que realmente importa, pra nós é claro ! E se perguntarem: Tem certeza? É definitivo? E se você se arrepender? Responderemos: O amanhã há Deus pertence! Nunca fugimos da raia, nunca pedimos a Deus mais que o necessário, nem que ele retire nosso fardo, só pedimos a Ele força, brilho e proteção, porque o resto, o resto definitivamente não nos importa !


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Witch

Há muito venho pensado nas bruxas, mas não da mesma forma que a maioria das pessoas pensam, sendo criaturas horripilantes, diabólicas, disformes com uma enorme verruga no nariz, sempre acompanhadas de um gato preto macabro e suas vassouras antiquadas, semeando o mal por toda parte e armando ciladas para as mocinhas, haaa pobres mocinhas indefesas que vivem a correr perigos pelos bosques sombrios.

Acho as bruxas muito mais parecidas com nós mulheres de carne e osso do que com os estereótipos que os contos infantis pintam. Parece loucura? Nem tanto, as bruxas são o espelho da maioria de nós, sonham com as riquezas, se deliciam com o luxo, e aspiram sempre as melhores possibilidades de felicidade que a vida tem, querem encontrar um amor e por este lutam com unhas e dentes, há e claro, com um toque de feitiço. Agora me diga você: qual mulher não tem um toque de feitiço? Aquele extasiante, de deixar qualquer um em suas mãos?

Passamos a vida lutando por ideais, tendo que vencer obstáculos, e abatendo concorrentes, tudo isto dentro do caldeirão mágico que é a nossa própria vida. Esta certo que as bruxas em alguma parte da história jogam baixíssimo, mas aqui entre nós, em alguns momentos da vida se tivéssemos os poderes de uma bruxa com certeza prenderíamos alguém em uma torre, ou faríamos determinadas pessoas adormecerem em um sono profundo para jamais acordar.

A bruxa, a Poderosa Má, sem dúvida retrata o nosso lado de anseios e de desapontamento, poxa, não somos perfeitos, nem anjos, temos sangue nas veias e nem sempre cultivamos desejos harmônicos em nossos corações, basta que alguém nos desaponte ou decepcione para ver se isto não é verdade.

Von Franz uma escritora austríaca, psicoterapeuta publicou vários livros, em particular sobre a interpretação dos contos de fadas, ela nos diz que “as tendências inatas, os arquétipos que encontram – se nos contos, podem ser influenciados pelas civilizações nas quais se originaram”, (Von Franz -1985) sendo assim, ou observando-se a população, percebendo suas tendências inatas os autores dos contos infantis criaram as personagens das bruxas ou foram as próprias personagens que influenciaram no desenvolvimento de nossa natureza. O título deste texto é Witch que significa Bruxa em inglês e se pegarmos apenas Wit descobriremos que significa sábia, inteligente. Que coisa não? A inteligência é típico das mulheres poderosas, por isto não se engane com as pobres princesas sonsas e não tenha medo de transformar nenhum príncipe em sapo, o instinto que guia as mulheres é o instinto da Witch, mas sem o peso pejorativo que esta palavra acarreta.





quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Essa tal ingratidão

Sou ingrata, talvez este seja um dos piores defeitos, mas com ele me ajeito, trato-o  como amigo intimo, que jeito? Já ouviu falar que se o inimigo é forte demais o melhor a fazer é juntar-se a ele? Então.


Só sei amar assim (Zizi Possi)


Necessidade de Viver

E sempre escuto uma vozinha: "Vá com calma menina, um passo de cada vez, um passo de cada vez, um passo ... " Não adianta, tenho necessidade de viver e abraçar as inumeras possibilidades que surgem em minha janela todo santo dia.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O que faz a vida valer a pena !



E essas pequenas coisas, como olhar o céu estrelado, a lua singela e discreta, o pôr-do-sol que nos extasia, o mar que nos dá calmaria e perceber Deus em todas elas é que faz a vida valer a pena.

Mais ...

Mais paz de espírito, mais vento batendo na janela, mais sensibilidade, mais caridade, mais amigos, mais amores, mais simplicidade, mais chuva fininha que nos causa nostalgia, mais risadas a toa, mais água de coco, mais caminhada, mais música gostosa, mais pôr-do-sol, mais Deus !

"O dia pode até não estar tão lindo assim... e nem tão feio. O que embeleza o nosso cotidiano é o estado de espírito ..." (Gê Souza)